Período de estiagem que atinge Cerrado está ficando cada vez maior, aponta estudo

  • 18/09/2024
A redução das chuvas no bioma também afeta a recarga das nascentes e rios que levam água para o Pantanal e 8 bacias hidrográficas do país. Período de estiagem no Cerrado tem se tornado mais longo O período de estiagem no Cerrado tem se tornado mais longo. Em várias cidades no Cerrado, a paisagem não muda há quase cinco meses. "Cada dia mais tem se agravado essa situação do calor”, conta a dentista Júlia Siega. "Que chova. Que Deus mande a chuva”, diz a dona de casa Rosicleia Ribeiro da Silva. Um estudo publicado em uma revista científica do grupo “Nature” constatou a redução de chuva no Cerrado no período entre 1991 e 2021, em comparação com os 30 anos anteriores. Segundo o estudo, o Cerrado perdeu, em média, cinco dias de chuva por ano. Entre 1960 e 1990, eram 103 dias anuais. Já nas três décadas seguintes, a média caiu para 98 dias de chuva. O volume também diminuiu: em média, 68 mm por ano a menos. Essa quantidade equivale à média histórica do mês de setembro nas regiões analisadas no Cerrado. As maiores quedas ocorreram no norte de Minas Gerais e na região conhecida como Matopiba - formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia -, além de capitais como Brasília, Goiânia e Cuiabá. Em onze das 70 cidades da região de Cerrado que foram pesquisadas, o volume de chuva caiu pela metade nos últimos 30 anos. Entre elas, Várzea da Palma, no norte de Minas. O vaqueiro Ildeu Gomes Martins mora na região. No fim de 2023, ele plantou seis hectares de milho, mas a chuva demorou a chegar. "Você planta milho, planta feijão, alguma coisa, ele não consegue atingir o ápice, porque ele precisa de uma certa regularidade de chuva, e hoje em dia não está tendo, não está conseguindo ter essa coordenação mais”, diz. O coordenador do estudo, Gabriel Hoffman, afirma que o aquecimento global e o desmatamento, que já destruiu mais da metade da vegetação do Cerrado, são responsáveis pela redução da umidade no bioma. "Essas árvores são substituídas por pastagens ou por lavouras. Então, elas não têm evapotranspiração tão grande quanto as árvores, contribuindo assim, indiretamente, para a redução da chuva”, explica Gabriel Hoffman, geógrafo e doutor em ecologia. A redução das chuvas no Cerrado também afeta a recarga das nascentes e rios que levam água para o Pantanal e oito bacias hidrográficas do país. O Rio das Velhas é um dos principais afluentes do São Francisco. Em um trecho, o nível dele está tão baixo que é possível andar pelo leito, por bancos de pedra. Os moradores dizem que nunca viram uma situação como essa. "É um cenário que a gente não tem como prever quando a gente vai ter uma reversão dele, quando que a gente vai ter os níveis de chuva que a gente tinha no passado”, afirma o geógrafo Álvaro Henrique Gomes. LEIA TAMBÉM Do Cerrado ao Pantanal: MS tem 40% das cidades com focos de incêndios Desmatamento do Cerrado ultrapassa o da Amazônia pela 1ª vez, aponta MapBiomas

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/09/18/periodo-de-estiagem-que-atinge-cerrado-esta-ficando-cada-vez-maior-aponta-estudo.ghtml


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